“Que Mulheres Serão Estas?” reúne, numa mesma sessão, as curtas-metragens “Um caroço de abacate”, de Ary Zara, “As sacrificadas”, de Aurélie Oliveira Pernet, e “By Flávio”, de Pedro Cabeleira, que já fizeram um percurso por festivais.

Cada um dos filmes “é um reflexo das múltiplas camadas do que é ser mulher nos dias de hoje — entre aspirações, responsabilidades, lutas e momentos de descoberta". "São histórias de (des)encontros, libertação, irreverência, luta e, acima de tudo, de mulheres que se recusam a ser definidas pelos obstáculos que as rodeiam”, refere a distribuidora No Comboio em nota de imprensa.

De acordo com informações disponibilizadas por várias distribuidoras e produtoras, a 03 de outubro estreiam-se ainda as longas-metragens “Mãos no Fogo”, de Margarida Gil, e “Sobreviventes”, de José Barahona.

“Mãos no Fogo”, que teve estreia em fevereiro no festival de Berlim, inspira-se livremente na obra “A volta no parafuso”, de Henry James, para contar a história de uma jovem realizadora que, a finalizar um documentário sobre grandes solares do Douro, descobre uma casa centenária onde conhecerá os atos de maldade e os segredos de uma família peculiar.

O elenco de “Mãos no Fogo” conta com Carolina Campanela, Rita Durão, Marcelo Urgeghe e Adelaide Teixeira, entre outros, e a direção de fotografia é de Acácio de Almeida.

“Sobreviventes” é uma coprodução luso-brasileira, na qual José Barahona olha para os portugueses colonialistas e a escravatura a partir da história de um naufrágio.

O filme - uma ideia de José Barahona, com argumento coescrito com José Eduardo Agualusa, que remete também para o livro “Nação Crioula”, do autor angolano, e para a personagem fictícia Fradique Mendes – foi rodado em 2022 na costa portuguesa e conta com interpretações, entre outros, de Anabela Moreira, Zia Soares, Ângelo Torres e Miguel Damião.

A 10 de outubro chega aos cinemas uma nova cópia digitalizada do filme “Ossos” (1997), sobre abandono e solidão, que Pedro Costa rodou no antigo bairro das Fontaínhas (Amadora). A exibição desta longa-metragem em sala acontece juntamente com a curta-metragem “As Filhas do Fogo”, exibida em Cannes em 2023 e que é interpretada por Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes, com Os Músicos do Tejo.

Um filme-ensaio “sobre conflitos pessoais e éticos que ocorrem na antecâmara de uma grande tragédia”, assim se apresenta “O melhor dos mundos”, nova longa-metragem da realizadora Rita Nunes, a estrear-se a 10 de outubro.

Com Sara Barros Leitão e Miguel Nunes, o filme é uma ficção em torno de questões éticas e científicas sobre a probabilidade de Lisboa voltar a ter um sismo de elevada magnitude, como o de 1755. A história inspira-se em factos reais e numa investigação de oceanografia e sismologia em curso.

A partir da trilogia “Os filhos do Próspero”, do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho, Sérgio Graciano filmou em Angola “Os Papéis do Inglês”, que se estreia nos cinemas a 24 de outubro.

“A narrativa segue o próprio Ruy Duarte de Carvalho, poeta, romancista e cineasta, quando este descobre que o seu pai havia deixado uns papéis no deserto do Namibe que o poderiam ajudar a desvendar um mistério ocorrido em 1923”, referiu a produtora Leopardo Filmes em nota de imprensa.

O filme conta com argumento de José Eduardo Agualusa e é interpretado por João Pedro Vaz, David Caracol, Miguel Borges, Joana Ribeiro, Carolina Amaral, Afonso Pimentel, Maya Booth e Ian Toner.

A última quinta-feira de estreias de outubro chegará com a comédia “Vive e deixa andar”, escrita por Filipe Homem Fonseca e realizada por Miguel Cadilhe, para quem o filme é uma homenagem ao humorista britânico Peter Sellers.

Eduardo Madeira é Lucas, um homem a quem tudo acontece, um “alvo em movimento para toda a espécie de infortúnios”, mas que encontrará o amor num fim de semana para o qual foi solicitado por um amigo em apuros. Joana Pais de Brito, Dinarte Freitas e Débora Monteiro fazem parte do elenco.

Os gémeos Edgar e Rafael Morais são os atores centrais do filme “Um café e um par de sapatos novos”, do realizador albanês Gentian Koçi, numa coprodução entre a Albânia, Portugal, Grécia e Kosovo.

No filme, que chegou a ser o candidato da Albânia a uma nomeação para os Óscares de 2023, Rafael e Edgar Morais são os gémeos inseparáveis Agimi e Gezimi, surdos, que terão de ultrapassar um grave problema de saúde de um deles.

"Trata-se de um drama íntimo que aborda questões fundamentais como: O que acontece a um ser humano quando fica completamente mergulhado na escuridão, incapaz de comunicar com o outro e o mundo? O que acontece com um ser humano quando todas as suas janelas de perceção são emparedadas de forma irreversível?", explica a produtora portuguesa.

De acordo com o Instituto do Cinema e do Audiovisual, com dados coligidos até agosto, este ano estrearam-se 39 longas-metragens de produção portuguesa nas salas de cinema, o que representa uma quota de 14,5% do total de filmes com estreia comercial no país.