Apesar da opinião pouco favorável que tem do atual estado do cinema de ação, Michael Mann já decidiu: a sequela do seu clássico Heat - Cidade Sob Pressão" será para os cinemas.

O célebre "thriller" policial de 1995 colocava frente a frente pela primeira vez Robert De Niro e Al Pacino, num agora lendário encontro de tréguas num café entre o ladrão e o polícia que o perseguia e o impacto do que faziam nas suas vidas pessoais e profissionais.

No início do agosto, Mann lançou com Meg Gardiner o livro "Heat 2", um elogiado "best-seller" que é tanto a prequela (no ano de 1988) como a sequela (em 2000) dos acontecimentos do filme, um moderado sucesso comercial que convenceu principalmente a crítica e deixou uma importante marca para muitos realizadores e cinéfilos.

"Heat"

Após ter ponderado adaptar para uma série de televisão, Mann decidiu que a sequela será para o grande ecrã, por onde fez outros filmes como "O Ladrão Profissional", "Caçada ao Amanhecer", "O Último dos Moicanos", "O Informador", "Ali", "Colateral", "Miami Vice" (adaptando a série que ajudou a produzir na década de 1980) e "Inimigos Públicos".

"Existe trabalho fantástico em televisão e, por alguma razão, tem uma curta meia-vida curta. Uma vez, [o produtor] Dino De Laurentiis disse-me sobre a televisão: 'Michael, há um pequeno ecrã e há o grande ecrã. Isso disse tudo, sabe?", contou o cineasta numa nova entrevista à revista Total Film.

"Não estou a deitar abaixo a televisão. Realmente é [a era dourada]. Mas a grande experiência cinematográfica – não há nada como isso", acrescentou, recordando a diferença e o impacto de uma sessão em 2016 na sala de cinema da Academia dos Óscares, descrevendo a reação "espantosa" do que estimou terem sido 80% dos espectadores que nunca tinham visto "Heat" no grande ecrã.

Apesar do fascínio permanente pelo grande ecrã e estar a fazer agora um filme sobre a história de Enzo Ferrari, o realizador não se mostra muito impressionado com o atual cinema de ação: "Simplesmente aborrece-me. Não é muito interessante. Isto é, às vezes a coreografia é tão ultrajante que é fascinante, e é muito boa. Mas geralmente não. É apenas banal".